III Congresso constrói carta em defesa de direitos sociais e econômicos
Temas como globalização, terceirização, precarização do trabalho e a necessidade de mobilização social foram discutidos durante cinco dias por diferentes profissionais
Milton Santos defendia em “Por uma outra globalização” que se vivenciava na contemporaneidade uma globalização perversa, fundada na tirania da informação e do dinheiro, com o desfalecimento da política de Estado e a imposição de uma política comandada pelas empresas. O geógrafo, falecido em 2001, também escreveu em outro livro, “O espaço do cidadão”, que “sozinhos, ficamos livres, mas não podemos exercitar a nossa liberdade. Com o grupo, encontramos os meios de multiplicar as forças individuais, mediante a organização”.
Essas ideias estiveram presentes nas discussões do III Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde, realizado pela Fundacentro, pela Asociacion Latinoamericana de Abogados Laboralistas – ALAL e pelo Ministério Público do Trabalho – MPT, entre 24 e 28 de agosto, na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). As mesas e palestras mostraram como o modelo de organização do trabalho vivenciado pelas empresas reflete na sociedade, com a precarização, a terceirização e a captura da subjetividade do trabalhador.